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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Conto poético

 

 

 

Certo dia, um beija-flor sobrevoava as flores perfumadas de um jardim. Sentia-se feliz porque cumpria o seu trabalho e, com isso, engrandecia a obra do Mestre Criador. Ia de flor em flor, vagarosamente e, com delicadeza, sugava o néctar de cada uma delas. Era meigo e delicado na tarefa à qual se destinava. Porém, ao se aproximar de uma delas, encontra a bonita flor com as pétalas fechadas, impedindo-o de tocá-la. Espantado com a atitude da florzinha, indaga:

- Por que fecha as pétalas, ó linda flor? Estou aqui para cumprir o meu trabalho.

A garbosa flor, envaidecida,  limitou-se a dizer:

- Não sou como as outras flores deste imenso jardim!

- Não entendo no que você se diferencia, bela florzinha. Por acaso não está aí, grudada no solo como todas as demais?

- Sim, estou.

- Não necessita de água, ar e do calor luminoso dos raios do Sol?

- Preciso!

- Então no que você é diferente das outras flores aqui presentes? Não a entendo!

A graciosa flor, meio encabulada, sorriu desajeitada e apenas murmurou:

- Porque... se não tivesse fechado as minhas pétalas hoje para você, jamais o garboso beija-flor teria prestado atenção nesta florzinha humilda que lhe fala...

Amanhã

 

 

 

 

... amanhã,

meu amado,

o dia espera

por você...

 

o sol será sua

acolhida

em braços

azuis...

 

as flores serão seu

remanso

em perfumes

azuis...


Crime

 

 

 

 

Agonia

Torturante realidade

Inconcebível!

O massacre de nossos peixes,

A morte de nosso rio!

Desumano

Incoerente

Imagem fria e cruel

Águas tingidas

de espanto... e luto...

Um eco de dor

repercutindo

no infinito

- quase um grito!

Um rio que agoniza,

sol que escurece,

brisa que chora,

pedras que gemem...

- um lamento!

Peixes que sucumbem

no adeus do momento...


Azul




... azul-cobalto

azul-fraco

azul

azulindo

azul-esperança

azul-aliança

azul-turquesa

azul

azulando

azul-fortuna

azul-alegria

azul-fantasia

azul-medo

azul-tristeza

azul-felicidade

... azul-flor...



Rosas em sangue


 

 

 

... tormentos de águas

acalentadas

no âmago da alma...

 

- o poeta sofre!

 

... empoeiradas estradas,

teias tênues de outrora...

e o vazio existencial

das palavras...

 

- o poeta chora!

 

Mas... ah, poeta!

Chora também

a aurora...

em lágrimas cor-de-rosa...

 

- rosas em sangue!


Meu poema em destaque

Poema selecionado "Brumas"

  Poema selecionado Revista Bsrbante abril 2024