Nas praias daquela época,
nas areias macias,
um Homem por lá pisou...
passos calmos, voz serena,
tranquilidade e bondade no olhar...
Vinha de um lugar em que
os seres humanos daquele tempo
não podiam imaginar...
Caminhando no meio da multidão
rude, suada, sofrida,
não parecia querer parar...
seus olhos mansos e carinhosos
a tudo e todos
parecia perpassar...
Vinha sem pressa,
cumprir sua promessa,
sabia onde deveria chegar.
"Há muito que sabia
que sua missão
deveria ser cumprida"
- assim diziam as leis.
E Ele andava,
fazia milagres,
curava,
as pessoas pareciam
idolatrá-Lo...
- amavam-No de fato?
E o povo corria,
beijava seus pés...
Nos olhos claros,
o enigma do futuro
se fazia presente...
e, enquanto
todos dormiam,
na cálida e perfumada noite,
uma brisa agitando
o manto dos apóstolos,
Ele permanecia vigilante,
apenas uma prece
os lábios murmuravam...
Sabia que a hora chegaria logo...
Lá, na abóbada celeste, apenas
as estrelas pareciam ser
testemunhas de sua
imensa solidão...
A cabeça tombou num último
vestígio de alento.
E, no silêncio pungente da noite,
ouviu-se um lamento...
- Jesus que partia?
Não!
Ele sabia que conseguiria...
sua missão seria cumprida...
Deus estava com Ele,
seguiria seus passos,
andaria em seu encalço
até o desenlace final...
Levantou-se, afinal,
a face calma,
o olhar profundo,
digno de um Ser que venceu
a si mesmo
e deixou-se fundir no
AMOR DIVINO...
Os rumores de vozes chegaram e,
com elas,
"acordaram" em sua
mente-coração a certeza
que jamais fugiria,
as profecias se cumpririam!
Ensinaria a mais sublime
das lições:
O AMOR,
que se perpetuaria como uma fonte
inesgotável de luz por toda a
ETERNIDADE...
Os soldados aproximaaram-se
e,
no instante decisivo,
o HOMEM
chamado
AMOR
disse apenas:
- Levem-me, estou pronto,
sempre estive..."