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quarta-feira, 8 de março de 2023

Reviravoltas - poesia


 

 

Na esquina

do tempo,

compus

melodias

rimadas

de lágrimas

derramadas...

 

 

Na curva

dos anos,

arregacei

tímidos

sorrisos...

 

 

No vaivém

de outrora,

expus

frágeis

retornos

e abandonos

da alma...

 

 

E a vida.

em suas reviravoltas,

cobrou-me 

tristezas 

e amores.

Andarilhos - poesia




... a vida,

o  mundo

nos faz

escolher

caminhos...

 

... mais uma manhã

surge

e logo será tragada

pelo vento...

mais um dia,

mais uma manhã

de mais uma vida...

mais um suave

suspiro,

vivido,

sofrido...

 

a vida,

o mundo,

- mil caminhos...

- mil escolhas...

porém,

em cada pedra

do caminho

podem surgir

interessantes

momentos

- belos momentos!

 

 

e a   vida é o  momento!

são os segundos

que,

mesmo fazendo

parte da

eternidade,

são instantes fugazes!

são folhas levadas

pelo  vento

que   constrói

o tempo...

 

a vida é assim:

- momentos que passam

- instantes que voam

- ideias que surgem

- pensamentos sagazes

- angústias vorazes...

 

a vida nos parece:

- prismas opacos

- pessoas efêmeras

- dúvidas serenas

luzes de espera!

 

andamos

pelas estradas

da    vida...

- pés cansados

- corpos pesados

- almas leves...

... andarilhos...

somos apenas

andarilhos...

Momento - poesia



 

A vida é

o momento...

São os segundos

que, mesmo fazendo

parte da eternidade,

são instantes

fugazes...

Passam...

São folhas

 levadas

pelo vento

     que constrói

                                                          

 o tempo...


Imagem: São Leopoldo RS

 

 

 

 

 

Passagem - poesia

 


A vida é assim:

              - momentos que passam

       - instantes que voam

            - pensamentos sagazes

        - angústias vorazes...

 

 

                  Um mundo só de passagem.

 

 

A vida nos parece:

- prismas opacos

    - pessoas efêmeras

    - dúvidas serenas...

 

 

Luzes de espera.

 

 

Passagem - conto

 



“Janelas se abrem, asas misteriosas do infinito... descortinam dias e horizontes, fontes e luzes... São matizes. São passagens. Travessias. Janelas d’alma.”

 


            Amanhecera, e meus olhos – janelas aladas – doeram com a claridade que teimava em entrar através das cortinas. O dia, lá fora, coloria-se de tons laranjas, enquanto o sol, convidado elegante, brindava-me com sorrisos quentes.

            Levantei-me, quase em sonolências de névoa. Parecia mesmo que eu não pertencia ao mundo real. Eu era apenas o reflexo de mim mesma.

            Afastei com lentidão a cortina cinzenta e desbotada e espiei o amanhecer morno e luzidio. O grito dos ambulantes madrugadores, o ruido incessante dos automóveis explodiam em perfumes ásperos e cortantes. A manhã pariu em fios de vida. Pontinhos de prata pincelaram minha alma e recordei os rostos queridos. Saudades doces. Sonhos, risos, abraços invadiram o quarto... Valsas nostálgicas de dias sem fim...

            Tornei a observar o mundo exterior. Mais por curiosidade que por interesse.

            Alguém, em fuga de tristezas, vestes opacas, cruzou a rua em ritmo veloz e desespero amargo...

            E, de repente, quebrando a pintura melancólica do nascente dia, o estrondo pesado e duro do choque inevitável. Em seguida, o silêncio encharcou a paisagem esverdeada da manhã.

            Puxei com violência as cortinas. O amanhecer, outrora alaranjado, vestiu-se de breu. Recolhi-me à minha paz interior.

            Arrastei-me até o espelho e ele me devolveu um rosto com nuanças de bruma.

             Os olhos se transformaram em janelas... por onde meu ser escapuliu.

Meu poema em destaque

Poema selecionado "Brumas"

  Poema selecionado Revista Bsrbante abril 2024