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domingo, 31 de outubro de 2021

De repente




 

  De repente

senti saudade

da minha infância

das brincadeiras singelas,

dos docinhos da vovó...


De repente

bateu a nostalgia,

queria ser novamente criança

para sonhar acordada...

ser "tudo" e "nada"...

De repente

me vejo transportada

ao aconchego de um colo acolhedor

mil vezes mimada

- ah, essa menina danada!

De repente

me fiz criancinha,

a brincar de cirandinha,

as doçuras que não voltam jamais!

De repente

sou a sapeca garota,

escondida entre as árvores,

qual borboleta de flor em flor...

De repente

não ser mais gente adulta

expressão "carrancuda"...

De repente

passo a acreditar

em fadas, sacis,

coisinhas talvez tão pueris...

Mas... de repente

algo se quebra,

um instante mágico e noto...

que apenas estou em sala de aula,

numa noite qualquer

e a saudade, a caneta, o papel

é apenas uma forma de relembrar...

Só relembrar!


 



segunda-feira, 25 de outubro de 2021

ALQUIMIA DO TEMPO -poema premiado

 


 

 

Enquanto a poeira

soprava

e ardia

em nossos olhos

e almas...

o deserto em mistérios

era a dura

descoberta

de um espírito sonhador...

 

 

Na languidez

mormacenta

das horas,

só mesmo os cactos

pontiagudos

de espinhos

mostravam sorrisos...

- risos cansados,

tristes,

sedentos de água...

 

 

O calor afagava,

enlaçava,

abraçava

corpos suados

e os rostos crestados

refletiam imagens

de dor...

 

Era o deserto

em sua amplitude

infinita,

quebrando sonhos,

forças

e vontades...

... ressecando

lágrimas

e almas...

... confundindo

silêncios

e horas...

... mesclando impiedade...

 

- Alquimia do tempo!


** Poema premiado com o 6º lugar, em 10 de Setembro, Revista Inversos, Feira de Santana, Bahia.

 

 

 

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Renascer - poema premiado

 

                                                             


 

Das pedras

que feriram

fizemos escadas

e trampolins

para driblar as dores

e sorrir

ao relento...

 

Dos espinhos

que sangraram

fizemos laços

de bênçãos

a coroar as

horas de afago...

 

Das lágrimas

dos choros

dos lamentos

dos tormentos

                                                                 dos ais..

 

                                                                   Hoje,                  

são rosas,

perfumes,

sonetos,

melodias,

nostalgias,

nuances

de dias felizes...

8º passageiro







Vagões,

ruídos metálicos,

névoas opacas,

alaridos purpurinos...

e o céu adormece

em estrelas geladas...


A noite se alonga

em breus,

enquanto o trem

solitário

despeja 

visões futuristas...


Em brumas cinzas,

roupas cansadas,

silêncios vazios,

em sonhos

e luas...

dorme o 8º passageiro... 

 

Meu poema em destaque

Poema selecionado "Brumas"

  Poema selecionado Revista Bsrbante abril 2024