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quarta-feira, 21 de dezembro de 2022
Sonhos invisíveis - conto selecionado
Mais
um Natal. Um dia de sol gorducho e de muitas pessoas transitando pelas ruas e
avenidas: faces ocupadas, ansiosas, alegres, tristes, crispadas, suaves,
felizes... Olhares de pressa; olhares luzidios encharcados de presságios
natalinos. Esquinas “borbulhando” de vida e sons. Mãos fortes; mãos frágeis;
mãos fagueiras; mãos ligeiras; mãos faceiras... segurando e exibindo sacolas, caixas, pacotes
múltiplos e coloridos.
Mais um Natal. E Lilo caminhava,
cabisbaixo, pensativo... Observava o vaivém da multidão e a beleza eufórica das
vitrinas luxuosas decoradas com enfeites de Natal.
Mais um Natal. Mas, para Lilo, o
Natal não chegava a ser real. Simplesmente, não existia. Ou, quem sabe, para
ele, o Natal só existisse como um sonho distante, inacessível... E as
gargalhadas dos vendedores e lojistas, o riso florido das crianças eram apenas
o burburinho melódico de um mundo de fantasias.
Mais um Natal. Ou então, talvez, o
Natal estivesse pintado naquele Papai Noel que acabara de cruzar a rua em
acenos e sorrisos leves? Roupa vermelha, barba morna e longa... E a magia do
Natal derramava-se em matizes cálidos sobre a figura natalina. Posicionado à
frente de grande Magazine, ele distribuía balas e afetos à garotada. Lilo
esboçou um sorriso em pétalas amarelas...
Mais um Natal. Risadas, alegrias,
zombarias... e a criançada se dependurava às pernas do Papai Noel. Nesse
instante, o coração ainda infantil de Lilo bateu esperançoso na ânsia de também
ganhar algumas balinhas. Ensaiou uma aproximação na direção do bom velhinho,
mas algo o deteve. E quem disse que Papai Noel o enxergaria?
Mais um Natal. Vencendo a própria
timidez, Lilo chegou bem pertinho de Papai Noel e ficou ali, olhando,
reflexivo. Os meninos e meninas, irritados, empurraram-no com violência.
Olhavam-no desconfiados: quem era o garoto que furara a fila? A roupa desfiada
e a touca de lã barata, cobrindo parcialmente os cachos castanhos, inspiravam
apenas piedade, revolta e certa repulsa por parte das crianças.
Mais um Natal. Papai Noel notou a
presença imóvel do garoto ao seu lado e, também, os protestos da meninada em
tentativas vãs de afastarem Lilo. Num movimento inesperado e espontâneo (que
causou um misto de espanto a ele mesmo!), entregou a Lilo um grande pacote de
balas. Sorriu-lhe com bondade. Eram tantos os pequeninos a perambular,
ultimamente, pelas ruas da cidade! Lilo agarrou o presente quase com violência
e, depois, agradecido, deixou os olhos rirem, quase felizes. Dos lábios, um
trêmulo “muito obrigado” fez-se ouvir e pincelou a manhã azul de pontinhos
dourados. Na alma, o bom velhinho sentiu a emoção e a suave luz que esse garoto
irradiava. Misto de alegria e gratidão banharam as faces pálidas de Lilo...
Mais
um Natal. Enquanto isso, o número de garotinhos e garotinhas crescia ao redor e
a gritaria tornou-se estrondosa! Abaixou os olhos, alegre, para uma criança
que, bem esperta, teimava em lhe puxar as calças largas.
- Menininha, o que foi?
- E agora? – disse, queixosa. O
senhor entregou todas as balas pro menino pobre! E nós? Vamos ficar sem as
balinhas?
Papai Noel segurou a barriga enorme
e riu, conciliador:
- Não, não vão ficar! O Papai Noel
aqui tem muitos saquinhos de doces! Nem você, nem seus amiguinhos ficarão de
mãos vazias!
Mais um Natal. E, quando o bom
velhinho procurou por Lilo novamente, o garoto desaparecera. Triste, muito
desapontado, Papai Noel considerou que deveria ter feito mais pelo
menino... o menino dos olhos doces...
A sapeca criança, nesta hora,
tentava agarrar-lhe as barbas e ele, afastando os pensamentos incômodos, pegou
a menina no colo e disse:
- Crianças, vou contar a vocês uma
linda história, sobre um Papai Noel que vivia lá no Polo Norte...
** Conto selecionado para a Antologia A magia de Natal - Webtv/dezembro/2022
** imagem da Internet.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2022
terça-feira, 8 de novembro de 2022
quinta-feira, 20 de outubro de 2022
Evolução
Natal se fez encanto
no século da dor.
Múltiplos "améns"
se fazem ecoar
em recifes desertos
de sonhos e amparo...
Natal não é apenas
uma data pendurada
no calendário...
Natal é para lembrar,
relembrar, saudar
e nunca esquecer
que existiu e
existe Jesus...
Há mais de 2000 anos,
esfacelou-se a hegemonia
da frieza crua dominante
até então!
Jesus - inegável sua força
espiritual...
... rasgando o véu da
ignorância idólatra!
Jesus - inegável seu AMOR
imensurável...
... dividindo o Planeta
em antes e depois de Cristo!
No imorredouro tempo,
nos COSMOS infindos,
galgou o Planeta Terra
mais um degrau no infinito:
- nasceu Jesus!
Novos dias
Novos dias
de alento,
sem dores
ou lamentos...
Novos e nossos
dias
de alegrias,
sorrisos
e risos
azuis...
Dias de paz,
sensações de
conforto,
união,
perdão,
sinceridade,
igualdades...
Horas, dias,
meses
de compreensão...
sem animosidade,
crueldade,
falsidade,
sem angústias,
utopias,
volúpias,
ódios,
sangue
ou violências
estranhas,
insanas,
tacanhas...
... sem vazios...
Novos dias
de flores
e rosas
bebês...
domingo, 16 de outubro de 2022
domingo, 18 de setembro de 2022
Pecados- poema selecionado
segunda-feira, 15 de agosto de 2022
Lágrimas
... o verde capim,
outrora
vistoso e puro,
de inocência morreu(!!)
E o céu (!)
vestiu
cores tristes...
** Imagem da Internet.
sexta-feira, 29 de julho de 2022
terça-feira, 26 de julho de 2022
Unicidade
Quando as flores
e os sons
tornarem-se únicos...
Quando as lágrimas
forem cores
e desprenderem
perfumes e amores...
Quando os dias
tingirem-se de lírios
e os prantos amargos
sofrerem a metamorfose
da vida...
Quando as horas
estagnarem
e o sangue derramado
for apenas poeira
púrpura
de luzes...
Quando o ser humano
purificar
sua alma e deixar
apenas rastros e passos
coloridos de sol
e girassol,
tulipas
e sândalos...
Então, seremos
unicidade...
sintonizados
com o Pai Maior!
segunda-feira, 18 de julho de 2022
Espera
Riscou
os dias
com giz de cor...
E sorriu
ao relento.
... Esperando...
a lua pratear
os campos esverdeados
e abraçar
as estrelas sonolentas...
quinta-feira, 14 de julho de 2022
O tempo e o rio - texto selecionado
O
tempo e o rio
Corria o ano de 1824. Por aqui,
Colônia de São Leopoldo, os dias transcorriam inexoráveis na sucessão do tempo.
Esse tempo que constrói; o tempo que
destrói; o tempo que reconstrói; o tempo que fere e cura; o tempo que enlaça o vento;
o tempo que leva e traz...
Esse tempo que embala as fantasias
de homens, mulheres, crianças; o tempo que cria alianças, andanças,
esperanças... O tempo que tece linhas e expectativas; o tempo que realiza a
metamorfose das lágrimas em berço-amparo.
Esse tempo que transforma aragens e
paragens; o tempo que supera e batiza a brisa cálida das águas sinuosas do
lendário e histórico Rio dos Sinos... O tempo que flui e encarna a nostalgia do
longínquo passado.
É o próprio Rio dos Sinos que
acolhe, acalenta e vê desabrochar a alma guerreira e heroica dos primeiros
imigrantes alemães em solo rio-grandense. Às margens do rio, a vida frutificou:
raízes, troncos, folhas, e frutos... Do diligente e popular bem-te-vi ao
delicado perfume dos maricás em flor...
O Rio dos Sinos em movimentos
infindos de ir e vir... é sol que nasce e morre... é encanto e desdita... é
alimento e suor... é chegada e partida... é artéria e sangue...
E o tempo, com olhos azuis, abençoa
e santifica as águas, os minerais, os vegetais, os animais, o Homem e os
sonhos!
O tempo e o rio...
O rio e o tempo...
Rio dos Sinos... alento,
acolhimento,
acalento,
sustento,
suprimento,
desenvolvimento,
provimento,
firmamento,
encantamento,
VIDA.
*** Texto selecionado entre os 10 no Concurso Literário Encantos do Rio dos Sinos - Consórcio Pró-Sinos/ julho/2022
segunda-feira, 6 de junho de 2022
Sonho - poema selecionado
Sonhei com um
planeta
sem dor,
sem desamor,
sem temor,
sem pavor...
Sonhei com um
planeta
azul...
e não imerso em breus
de tristezas insanas...
Sonhei com um
planeta
sem batalhas,
sem armas assassinas,
desumanas...
- Ah, espetáculo deprimente
da ignorância humana!!
Sonhei com um
planeta
com pão na mesa,
mãos em prece
e olhos de futuro...
Sonhei com um
planeta
de respeito verde,
violências silenciadas,
bombas desativadas,
cercas derrubadas...
... Ciência valorizada,
... Escolas abençoadas,
... Esperanças renovadas...
Sonhei com um
planeta
de passaporte único:
o do amor e da solidariedade....
http://lunaraescritora.blogspot.com
Revista LiteraLivre Edição de maio/junho de 2022
sexta-feira, 27 de maio de 2022
quinta-feira, 26 de maio de 2022
quarta-feira, 27 de abril de 2022
Alfazemas - poema premiado
...
os moinhos gigantes
em campos de alfazemas...
Há
perfumes soltos no ar,
enquanto
a roda dançante
do
tempo...
é
o espelho-reflexo
de
vidas e lutas.
Mão
calejadas
e
rostos de riso
abraçam
galhos e ramos
em
amontoados suaves
de
flores
lilases...
Poema premiado - Biblioteca Feevale
Feevale - 19 de abril de 2022
Meu poema em destaque
Poema selecionado "Brumas"
Poema selecionado Revista Bsrbante abril 2024
-
CANÇÃO “De borco no barco. (de bruços no berço...) O braço é o barco. O barco é o berço. Abarco e abraço o berço e o barco. Com dese...
-
fogo, fogueira, fogão, sofá no canto da sala... lá fora, vento, ventania, vestindo de púrpura e gelo a noite...
-
Mulher, és tu a flor delicada e sublime que abençoa e redime... Mulher, és tu a morada, a acolhida, a chegada, a partida, tons azu...