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quinta-feira, 13 de abril de 2023
sexta-feira, 7 de abril de 2023
ZipTop - conto infantil
Ziptop estava triste naquela
manhã... Raios cinzentos banhavam o céu escuro de naves velozes e
barulhentas... Naves pequenas, naves
gigantes...
- ZUUMM...!!
- ZÁS...!!
E Ziptop era uma
tristeza só!
As naves velozes
pareciam debochar do sofrimento do pequeno robô...
- ZUUUMMM... !!
Ao lado de um lago negro, cheio de peixinhos magnéticos,
encontrava-se Ziptop. Com o olhar vidrado, acompanhava o voo de uma andorinha
metálica. Lágrimas de vidro transparente teimavam em cair de seus olhos redondos...
E cada lágrima de Ziptop era um barulhão
danado, assustando até mesmos os outros robôs que por ali passavam:
- PLAC! TUM! PLAC! TUM!
E mais lágrimas
de vidro...
- PLAC! TUM! PLAC! TUM!
Ziptop sonhava em ser um
menino. Foi quando, na escola, Mestre Kogan um livro mostrou e pelo Planeta
Terra Ziptop se apaixonou! Ah, o mundo
azul... e suas crianças alegres e coradas...
E decidiu: menino seria, não mais um robô! Queria viver
entre as flores, banhar-se nos rios e tomar sorvete de chocolate nas tardes de
sol dourado. Queria, sim, chorar água, ter pelos e cabelos, dar muitos
beijinhos... Ter um coração para pulsar alegria e sorrir com uma boca cheia de
dentes brancos ou até coloridos, um de cada cor, feito o arco-íris... E sentir
amor, muito amor...
- SMAC! SMAC!
Ziptop queria
era namorar!
- SMAC! SMAC!
Sonho impossível para Ziptop, diziam os robôs adultos e
muito experientes. E vinham mais lágrimas quebrando na calçada de latão:
- PLAC! TUM! PLOFT! TUM!
Um barulhão... A solidão cercando a vida de Ziptop:
puro medo de morrer enferrujado, virar um nada feito sucata! Ser chamado de
lata velha, inutilidade, matéria imprestável, enfim, só o vazio eterno!
Então, a solução: Mago-Roldã!! Só ele poderia lhe ajudar!
E conselhos Ziptop
pediu... e com atenção o velho robô o ouviu... Por muito tempo, Mago-Roldã
refletiu... Refletiu... Já com dores na
lataria, porém com paciência, a Ziptop explicou:
- Contam os antigos robôs sobre uma estrela azul que em
nosso céu preto aparece uma única vez a cada ciclo... e cobre qual véu luminoso
todo Planeta... e essa estrela, Ziptop, é capaz de realizar os desejos de
qualquer um... Mas, atenção, nunca a estrela azul foi vista e por ela muitos já
esperaram... em vão... Lembre-se: essa é uma história contada por nosso povo,
não há nenhuma garantia de que seja verdadeira!
Mago-Roldã adivinhava o sonho de Ziptop, por isso não
deixou de advertir ao jovem robô:
- Meu filho, se o seu coração estiver coerente com a sua
alma, siga em frente, mas saiba que precisará se armar de muita, muita
paciência! Boa sorte!
Agradecido pelos conselhos de Mago-Roldã, lá se foi
Ziptop a sonhar acordado...
Na esperança da
espera, na passagem lenta do tempo, a magia aconteceu...
- OH!!!
- AH!!
O raio azul da
estrela cobriu Ziptop feito perfume... depois, no momento em que o céu voltou a
tingir-se de sombras.... Ziptop havia desaparecido!! Onde estaria Ziptop? A magia da estrela azul
havia mesmo acontecido?
- PLIM!!
- PLOFT! SUMIU ZIPTOP!
Mas o que havia
mesmo acontecido com o pequeno robô? Que milagre teria acontecido com Ziptop? Em
poeira havia se transformado? Ou em um ser alado, perdido no universo
encantado?
- Ah, lembrem-se de Mago-Roldã! A estrela azul... Será mesmo que a magia se realizou? E o sonho dourado de Ziptop se materializou? Em menino ele se transformou?
E, em certo dia primaveril, de céu
azul, a magia, então, aconteceu...
Bem distante, lá no Planeta Azul, ouviu-se o riso cristalino e feliz de um menino que nascia...
Há uma
Estrela
que cruza
os céus...
É a estrela
azul...
... que seus desejos
irá realizar...
Acredite!
É só sonhar!
A flor do bem - conto
Bruxa
Onilda mexia o caldeirão com deleite! Colocara muitas mosquinhas pretas na
mistura e esperava que ficasse deliciosa para seu paladar exigente.
Mexeu,
mexeu, até que o caldo cinza e malcheiroso adquirisse consistência pastosa.
-
Saboroso de nojento! Eca!!
Satisfeita,
espiou com o canto do olho a obscuridade do fundo da caverna. Tudo quieto, um
silêncio que parecia gritar na noite escura como breu.
Suspirou,
resignada, e deu uma última mexida no caldeirão. Precisava não demonstrar tanta
ansiedade pelo sumiço da bruxinha Vanilda. Ela sempre desaparecia na calada
noite... E na calada do dia também!
O
uivo de um coiote atiçou a alegria que havia ido embora ao pensar na filha. Com
bons prognósticos, terminaria logo aquela poção e daria início às tantas outras
que haviam lhe encomendado. Faria uma pior que a outra e imaginou a euforia das
bruxas velhas ao vê-la chegando para entregar os vasilhames com a poção
enfeitiçada e amarga!
Mas
o encanto que a bruxa Onilda sentira só de lembrar nas maldades que as suas
poções espalhariam, foi bruscamente quebrado no exato momento em que a filha
apareceu no seu campo de visão.
Sorrateira,
pensando que a mãe não reparara nela, bruxinha Vanilda decidiu desaparecer o
quanto antes nas sombras da caverna!
O
grito histérico da mãe, antes tão calma, ao enxergá-la passar quase invisível
ao seu lado e, ainda por cima, carregando um ramo de flor entre os dentes, fez
com que a filha parasse de súbito! Todavia, não havia medo na postura com que
enfrentou bruxa Onilda! O olhar era puro, gélido e firme.
-
Vanilda!! O que você está tentando me esconder? Aliás, eu sei o que é! Tire
essa flor imunda de sua boca e fale!!
Os
olhos negros da bruxinha brilharam, irônicos, enquanto calmamente ela segurava
o ramo de flor entre os dedos:
-
O que foi, mãe? A senhora falou comigo?
Furiosa,
a bruxa mais velha largou a colher de madeira com a qual vinha mexendo a poção
e, praticamente, berrou a plenos pulmões:
-
Que foi? Que foi? Que... foiiii? Como ousa, menina, perguntar isso! É o que
estou pensando? Em plena escuridão, você foi colher essas flores malditas?
Responda!!
Num arremedo de riso, quase maliciosa, a
bruxinha enfrentou a mãe:
-
Ora, ora, mãe! Esqueceu que eu também sou uma bruxa e não tenho medo de noites
escuras ou flores malditas? Eu, minha mãe, já domino a magia!
-
Magia, bruxa Vanilda? Magia?? Afinal, você é uma bruxa ou fada? Bruxas fazem
feitiço, Vanilda! Feitiço!!
A
bruxinha não se intimidou com o tom cada vez mais rude da bruxa mãe. Desde
pequena, escutava-a com paciência. Descobrira desde cedo que sua vontade, seus
desejos, seus sonhos eram contrários aos da mãe. A flor de miosótis em suas
mãos comprovava apenas a ânsia de sua alma! E a bruxa mais nova também sabia o
que o ramo de miosótis poderia fazer com todas as bruxas e bruxos. Decidiu,
então, que iria pôr em prática o imenso poder que a miosótis carregava em suas
delicadas pétalas: o de transformar o lado negro, macabro, dolorido, em
luminosidades de paz, serenidade, alegria, amor!
Bruxa
Onilda não imaginava os pensamentos da filha, porém seu coração intuía que as
atitudes da bruxinha causariam grandes e irremediáveis problemas!
O
silêncio de Vanilda acabou por incomodar a mãe que, mais uma vez, avisou,
raivosa:
-
Bruxa Vanilda, você sabe muito bem o que essa asquerosa flor azul pode nos
causar! Sabe que apenas a miosótis tem a capacidade de destruir, pulverizar,
acabar mesmo com nossas maldades! Por isso, que a chamam de flor do bem... flor
da luz...
E
prosseguiu, agora, como uma ordem:
-
Portanto, suma, desapareça com essa flor da minha frente! Você é uma bruxa,
Vanilda, não veio ao mundo para fazer magias!
Mas
Vanilda, muita segura de si, verdadeiro espírito de solidez, replicou
prontamente:
-
Sim, eu sei do enorme poder da flor! E pode apostar, mãe, eu vou usá-la para
fazer o bem! – e após quase gritar as últimas palavras, a bruxinha afastou-se
correndo, perdendo-se na noite sombria, áspera, e cheia de ruídos estranhos...
Bruxa
Onilda ficou sem reação, estupefata, completamente inerte diante das palavras
da filha... até mesmo sua poção maldita perdera o encanto para ela!
Na manhã seguinte, foi só ao
despejar o líquido da poção em vasos de barro podres que ela teve toda a noção
do estrago que a filha fizera: a mistura parda e carregada de malefícios havia
se transfigurado em perfume de odor delicado, sutil, coroado de flores azuis...
miosótis...
Neste instante, bruxa Onilda
teve a visão que a perseguiria até o fim de sua traste vida: a filha não
voltaria jamais; não agora que se descobrira propensa à magia, à beleza, aos
bons sentimentos... Não agora que a alma de Vanilda conhecera o poder de
transformar maldades em gestos bondosos... Não agora que a bruxinha reconhecera
ser mais fada do que bruxa...
E
bruxa Onilda sangrou toda sua dor aos pés da flor do bem... miosótis.
Meu poema em destaque
Poema selecionado "Brumas"
Poema selecionado Revista Bsrbante abril 2024
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CANÇÃO “De borco no barco. (de bruços no berço...) O braço é o barco. O barco é o berço. Abarco e abraço o berço e o barco. Com dese...
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fogo, fogueira, fogão, sofá no canto da sala... lá fora, vento, ventania, vestindo de púrpura e gelo a noite...
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Mulher, és tu a flor delicada e sublime que abençoa e redime... Mulher, és tu a morada, a acolhida, a chegada, a partida, tons azu...