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sábado, 31 de maio de 2014
Fogo
Agonia
terça-feira, 20 de maio de 2014
Eternidade
Poesias do livro "Azul"
... respingaram pontinhos
esfacelados...
teimaram em colorir
de azul
as manhãs dançantes
da menina
Azullinda...
... se o mar respirasse,
aliviado,
da tortura de suas
dores...
talvez,
com suavidade,
lançasse bolhas azuis
sobre as montanhas
douradas...
... beija-flores carregaram
pétalas amarelas
no verde suave
dos gramados...
- tapete mágico!
tingiram-se de azul
todos os jardins...
... abrirei meu guarda-chuva
em pleno sol
do meio-dia
sol que teima
em pintar de
marrom
minha estrada...
lançarei meu guarda-chuva
ao nada,
ao acaso,,
ao vazio...
serei pomba branca
ao encontro
da imensidão azul...
... na graça do
vestido
de bolinhas azuis,
saltitava a
frágil garota...
ao longe,
pontinho
azul
na
dengosa
tarde
crepuscular...
... passos deslizam,
suaves,
serenos,
certeiros...
- flores do além
dispersas
pela miséria
humana...
- passos azuis!
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Chora-se pelas rosas
Em um jardim repleto de flores,
muita luz, muitos tons, muito amor.
E, lá, entre as elegantes tulipas,
belos lírios
e crisântemos cheirosos,
a majestade das rosas multicores...
Elas se misturam, encantadoras e singelas,
ao espetáculo único de um jardim florido.
Mas não é o único jardim.
Inúmeros existem por este mundo imenso.
Muitos são os jardins...
Incontáveis são as existências...
Muitas são as vidas...
Cada flor com sua formosura,
cada rosa com seu perfume
e encanto próprio.
Um dia, cada flor parte,
cada caule sucumbe e cada
arbusto seca...
Todavia, o jardim não morre!
Um jardim não morre nunca!
Novas plantas brotam,
novas vidas surgem
e o jardim,
mais uma vez,
subjuga a todos por sua
beleza ímpar...
Chora-se pelas flores que se foram...
Chora-se pelas rosas que feneceram...
Mas os brotos verdes continuam a renascer
e o brilho do sol,
em sua eternidade luminosa,
continua a abençoar cada
jardim...
Metamorfose
Carícia
domingo, 18 de maio de 2014
Poesias do livro "Respingos de Poesia"
Borboleta
Quando a borboleta
deixou o quentinho
casulo,
esgueirou-se,
com cautela,
temerosa,
com medo
do mundo que
se abrira para ela.
Mosaico
O menino sapeca,
de sorriso primaveril,
recortou pedacinhos
de pão com margarina.
E deles
fez um mosaico de flores
e cores...
Apetitoso...
Bolha
A bolha de ar
fez Plim!
e sumiu, lépida,
ao encontro
do solitário balão
vermelho
que a tudo assistia
matreiro...
Paixão
O beija-flor
rasgou o ar
na velocidade
ímpar
de um coração
apaixonado...
- pelo lírio dourado!
Bruxinha
Mariazinha
largou a bruxinha
na calçada...
Desfez-se dela
- tão feia e desmazelada!
Porém... hei!
Mãozinhas outras,
macias,
um riso contente,
gotas puras no ar...
- lá vai a bruxinha feia!
Carregada com deleite...
Orgulho
O lápis revoltou-se
com a borracha
orgulhosa...
que teimava
em não apagar
a doçura
do seu olhar...
Plim!
A chuva
faz
Plof! Plim!
molha a menininha
no jardim...
- Atchim!
Plof! Plim!
Encharca a garotada
no campo
de capim...
Plof! Plim!
sábado, 17 de maio de 2014
Abandono
... notas musicais
perdidas
na sala vazia
do mausoléu...
- paredes frias
- móveis sonolentos
- tapetes entediados...
no canto do aparador,
o sorriso
azul de
um menininho...
Rosa
... a rosa
que sangra
toda sua beleza
em gotas de
vermelho...
... fere os olhos
puros,
delicados
e azuis
da manhã
que nasce...
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Conto poético
Certo dia, um beija-flor sobrevoava as flores perfumadas de um jardim. Sentia-se feliz porque cumpria o seu trabalho e, com isso, engrandecia a obra do Mestre Criador. Ia de flor em flor, vagarosamente e, com delicadeza, sugava o néctar de cada uma delas. Era meigo e delicado na tarefa à qual se destinava. Porém, ao se aproximar de uma delas, encontra a bonita flor com as pétalas fechadas, impedindo-o de tocá-la. Espantado com a atitude da florzinha, indaga:
- Por que fecha as pétalas, ó linda flor? Estou aqui para cumprir o meu trabalho.
A garbosa flor, envaidecida, limitou-se a dizer:
- Não sou como as outras flores deste imenso jardim!
- Não entendo no que você se diferencia, bela florzinha. Por acaso não está aí, grudada no solo como todas as demais?
- Sim, estou.
- Não necessita de água, ar e do calor luminoso dos raios do Sol?
- Preciso!
- Então no que você é diferente das outras flores aqui presentes? Não a entendo!
A graciosa flor, meio encabulada, sorriu desajeitada e apenas murmurou:
- Porque... se não tivesse fechado as minhas pétalas hoje para você, jamais o garboso beija-flor teria prestado atenção nesta florzinha humilda que lhe fala...
Amanhã
Crime
Agonia
Torturante realidade
Inconcebível!
O massacre de nossos peixes,
A morte de nosso rio!
Desumano
Incoerente
Imagem fria e cruel
Águas tingidas
de espanto... e luto...
Um eco de dor
repercutindo
no infinito
- quase um grito!
Um rio que agoniza,
sol que escurece,
brisa que chora,
pedras que gemem...
- um lamento!
Peixes que sucumbem
no adeus do momento...
Azul
... azul-cobalto
azul-fraco
azul
azulindo
azul-esperança
azul-aliança
azul-turquesa
azul
azulando
azul-fortuna
azul-alegria
azul-fantasia
azul-medo
azul-tristeza
azul-felicidade
... azul-flor...
Rosas em sangue
... tormentos de águas
acalentadas
no âmago da alma...
- o poeta sofre!
... empoeiradas estradas,
teias tênues de outrora...
e o vazio existencial
das palavras...
- o poeta chora!
Mas... ah, poeta!
Chora também
a aurora...
em lágrimas cor-de-rosa...
- rosas em sangue!
terça-feira, 13 de maio de 2014
Clemência
domingo, 11 de maio de 2014
Primavera
As flores se abrem em reverência
ao Mestre Criador,
cantando em uníssono,
o cântico de louvor:
- Deus! Deus! Nosso Senhor!
Pássaros cantam,
bandos alegres revoando
pelo céu azul da minha terra...
lançam sons trinados
ao longe, ouvimos a melodia:
- Deus! Deus! A Natureza Te reverencia!
Plantas brotam,
novas vidas surgem!
Tudo cresce, desenvolve-se,
seguindo o ritmo do mundo...
A esperança surge aos nossos olhos,
tendo a certeza do encontro
inesperado com outro ser...
indicando que a estrada que cruzamos
ainda mantém o orvalho perfumado
de uma manhã vindoura.
Até as pedras parecem meditar,
silenciosas, no caminho...
a aguardar ...
e parecem dizer:
- Deus! Deus! Esperamos os passos Teus!
sábado, 10 de maio de 2014
Acorda, Brasil!
País das praias douradas
das noites enluaradas
onde o céu é tão azul
e brilha, lá no firmamento,
o esplendor do Cruzeiro do Sul!
Acorda, das noites mal dormidas,
insones,
desperta para o alvorecer
que as profecias ditam ao longo dos anos:
"Brasil, coração do mundo"
e nada, nem mesmo o egoísmo,
cego de poucos,
pode deter!
Acorda, massa humana
Sufocada pelas lágrimas
derramadas ao longo das caminhadas
de vários séculos...
O Ser que governa a vida
espera que a alma deste grande país
desperte e vibre,
cobrindo de amarelo, azul e verde
as maravilhas que poderá vir a ser
a geração do século XXI!
Acorda, país amado,
Idolatrado,
Berço de esperanças!
BRASIL: nós contamos com teu povo
BRASIL: nós acreditamos na tua raça
BRASIL: nós esperamos pela tua graça
BRASIL: nós rezamos por todas as tuas desgraças...
BRASIL! BRASIL!
Acorda, urgentemente, pois:
- crianças gemem
- gritos sufocam a dor
- mãos emagrecidas pedem pão
- rostos pálidos deixam a impressão
do abandono, da solidão...
BRASIL! BRASIL!
Chora meu povo:
- pelas fortunas que enriquecem a poucos
- pelo dólar que rola solto no bolso dos larápios
- pela comida derramada e esbanjada nas mesas das
"pujanças" e "comilanças"
- pelo "monstro" que abafa o grito dos meninos
de rua, dizendo que eles são apenas mais "um"
entre tantos... de um país falido e desesperançado...
mas o lar dos filhos nossos!
Acorda, meu povo
e sonha de novo
tudo podemos vencer
o futuro de uma geração engrandecer
basta acreditarmos
que somos apenas um coração,
batendo em união
por uma Pátria melhor!
Mário Quintana: flor de poeta
Por aquela calçada, ele andou
Muitas pessoas encontrou e com seus passos solitários
e doçura no olhar
a todos conquistou:
- pessoas tristes
- sofredoras
- sonhadoras
- sorridentes
- intrigantes
- incoerentes
- envolventes
- solitárias
e até imaginárias!
Em cada rua de Porto Alegre,
sua imaginação o levou,
em cada porta de casa,
sua mensagem lá deixou...
discreta, nem sempre perceptível
a não ser àquele que já amou!
Nas manhãs frias do Sul,
sua alma já vagou...
buscando o quê?
Ideias para compor seus versos e poemas:
- na geada fria cobrindo os telhados das moradias
distantes do Rio Guaíba,
- no rebuliço e encanto dos passos apressados
dos transeuntes pela Rua da Praia,
Em cada movimento, som, nostalgia
ele se inspirou...
levado por impulsos incompreensíveis
a não ser a um ser superior...
E nos dias tristes,
quando a solidão chegou,
quantas vezes não chorou?
As lágrimas cristalizaram-se
em palavras sábias e harmoniosas
que nas páginas de um livro
ele lançou!
"Flor" de poeta,
mil vidas terá...
cai pétala por pétala...
mas a sua essência e perfume
eternamente nos acompanhará!
(minha homenagem ao poeta Mário Quintana)
Cores
violências,
tragédias
sem fim...
morte:
- ao cinza da insensatez
- ao marrom da estupidez
vida:
- ao branco da caridade
- ao rosa da igualdade
- ao amarelo da solidariedade
- ao azul do amor igualitário!
Um dia
Um dia,
colhi flores
de beleza
para enfeitar
teu sorriso...
e
aspirei
o aroma
de dores
que rasgaram
em pedaços
minha alma...
- rosas com espinhos!
Um dia...
quinta-feira, 8 de maio de 2014
Apogeu
Desabrocham as flores
de ipê,
tingindo de amarelo-ouro
as tarde quentes
do inverno.
Pintam um universo
de cores
as pétalas delicadas
das azaleias
em flor...
Na pujança dos dias
multicores,
nem mesmo
as lágrimas frias
da chuva
conseguem lavar
o apogeu primaveril
da Mãe Natureza!
Jardim
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Brilho
Liberdade
Palavras...
rumo ao vento
parecem deslizar...
São sintonia,
simetria,
sentimento,
encantamento...
Tremulam, estremecem(!)
junto ao infinito
que as faz viajar...
Palavras difusas, confusas
trânsfugas...
não se deixam nunca
aprisionar!
sábado, 3 de maio de 2014
Tributo ao poeta
Tributo ao poeta
Um anjo partiu
e ficamos aqui,
desamparados, sós,
sem a luz que o anjo emanava...
Ficamos órfãos!
No coração, sangrando,
a dor da saudade...
Vá poeta!
Vá tecer fantasias,
sonhar poesias,
encantar com maestria
o outro lado...
- o lado de lá!
Ah, poeta!
Um anjo não pode morrer...
Morrem na vida
aqueles que nunca amaram...
morrem na vida
aqueles que nunca choraram...
morrem na vida
aqueles que nunca sonharam...
Poeta!
Ficaremos aqui,
esperando que um novo pôr do sol
possa trazer até nós
a lembrança de seus versos
ou, então,
que cada folha carregada pelo vento
possa transcender o tempo
e nos trazer a recordação
de seus passos...
(2006)
Perene paz
Perene paz
Tudo dorme...
No canto da sala,
escondido,
trêmulo,
o gato cinza...
Sonolenta,
a tarde gélida
cai sobre o tapete
tantas vezes lavado
do último verão...
Almofadas
que não mais respiram
o frescor dos dias ensolarados...
E o fru-fru do tecido
torna-se lamento d' alma...
Flores desbotadas decoram
paredes ressequidas de tinta
e de amores...
A aragem do inverno pincela
a casa já quase morta...
Apenas a quietude
respinga seus míseros
tentáculos
em uma paz eterna
e profunda...
(2013)
quinta-feira, 1 de maio de 2014
Palavras ao vento
As palavras
voam,
fugazes,
sagazes,
mensageiras...
Fogem
sorrateiras....
Em cada esquina,
parecem esconder-se...
- Olhe!
Um bêbado cruzando a rua,
assusta-se ao vê-las
passar!
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