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sábado, 31 de maio de 2014

Solidão

 

 

 

 

O sapatinho de cristal

chorou lágrimas 

transparentes...

Perdeu-se de sua senhora

que foi embora contente...

O que dele seria, agora?

- Voltar ao século de outrora?


Fogo

 

 

 

 

Rapunzel, a dama,

tingiu   de vermelho

os seus cabelos sedosos...

A labareda caiu

sobre o príncipe

desavisado...

Nossa!

O príncipe

pegou fogo!

 

(página 22 do livro "Respingos de Poesia")


Agonia





... a agonia daquela música,

que toca à distância,

mexe com as fibras

d'alma,

enquanto a calma

azul

da tarde morna

envolve meu ser

 na ânsia triste 

de uma

saudade...

terça-feira, 20 de maio de 2014

Eternidade




As palavras...

têm ritmo,

têm calor,

têm sabor,

têm cheiro,

têm sintonia,

têm maestria...

São, na realidade,

sinônimo de 

eternidade...

Poesias do livro "Azul"






... respingaram pontinhos

esfacelados...

teimaram em colorir

de azul

as  manhãs dançantes

da   menina

Azullinda...

 

 

 

 

 

... se o mar respirasse,

aliviado,

da tortura de suas

dores...

talvez,

com  suavidade,

lançasse bolhas azuis

sobre as montanhas

douradas...

 

 

 

 

... beija-flores carregaram

pétalas amarelas

no verde suave

dos gramados...

- tapete mágico!

tingiram-se de azul

todos os jardins...

 

 

 

 

... abrirei  meu guarda-chuva

em pleno sol 

do meio-dia

sol que teima 

em pintar de

marrom

minha estrada...

lançarei meu guarda-chuva

ao nada,

ao acaso,,

ao vazio...

serei pomba branca

ao encontro 

da imensidão azul...

 

 

 

 

... na graça do 

vestido

de bolinhas azuis,

saltitava a 

frágil garota...

ao longe,

pontinho

azul

na

dengosa

tarde

crepuscular...

 

 

 

 

 

... passos deslizam,

suaves,

serenos,

certeiros...

- flores do além

dispersas

pela miséria

humana...

- passos azuis!

Cidade das Rosas poema publicado em folder







Poema escrito em homenagem à Cidade das Rosas, no ano de 1998.


segunda-feira, 19 de maio de 2014

Chora-se pelas rosas

  




 

Em um jardim repleto de flores,

muita luz, muitos tons, muito amor.

E, lá, entre as elegantes tulipas,

belos lírios

e crisântemos cheirosos,

a majestade das rosas multicores...

 

Elas se misturam, encantadoras e singelas,

ao espetáculo único de um jardim florido.

 

Mas não é o único jardim.

Inúmeros existem por este mundo imenso.

 

Muitos são os jardins...

Incontáveis são as existências...

Muitas são as vidas...

Cada flor com sua formosura,

cada rosa com seu perfume 

e encanto próprio.

Um dia, cada flor parte,

cada caule sucumbe e cada

arbusto seca...

Todavia, o jardim não morre!

Um jardim não morre nunca!

Novas plantas brotam,

novas vidas surgem

e o jardim,

mais uma vez,

subjuga a todos por sua

beleza ímpar...

Chora-se pelas flores que se foram...

Chora-se pelas rosas que feneceram...

Mas os brotos verdes continuam a renascer

e o brilho do sol,

em sua eternidade luminosa,

continua a abençoar cada

jardim...


Metamorfose




... lápis dispersos

pela folha branca


- Deus, um branco

imaculado,

quase virginal...


desliza,

então,

o lápis azul...

derrama  magia,

pontua de estrelas

a celulose...

... que virou céu!

... que virou mar!


Carícia






... se as nuvens tivessem

tempo

para saborear

o balanço do vento,

seriam mãos

cariciosas

a afagar

o céu azul...

domingo, 18 de maio de 2014

Poesias do livro "Respingos de Poesia"

 

 

 

Borboleta

 

Quando a borboleta

deixou o quentinho

casulo, 

esgueirou-se,

com cautela,

temerosa,

com medo 

do mundo que 

se abrira para ela.

Mosaico

O menino sapeca,

de sorriso primaveril,

recortou pedacinhos

de pão com margarina.

E deles

fez um mosaico de flores

e cores...

Apetitoso...







Bolha

A bolha de ar

fez Plim!

e sumiu, lépida,

ao encontro

do solitário balão

vermelho

que a tudo assistia

matreiro...

Paixão

O beija-flor

rasgou o ar

na velocidade

ímpar

de um coração

apaixonado...

 

- pelo lírio dourado!


Bruxinha

Mariazinha

largou a bruxinha

na calçada...

Desfez-se dela

- tão feia e desmazelada!

Porém...  hei!

Mãozinhas outras,

macias,

um riso contente,

gotas puras no ar...

- lá vai a bruxinha feia!

Carregada com deleite...

Orgulho

O lápis revoltou-se

com a borracha

orgulhosa...

que teimava

em não apagar

a doçura 

do seu olhar...

Plim!

A chuva

faz

Plof! Plim!

molha a  menininha

no jardim...

- Atchim!

Plof! Plim!

Encharca a garotada

no campo

de capim...

Plof! Plim!

sábado, 17 de maio de 2014

Abandono

 

 

... notas  musicais

perdidas

na sala vazia

do mausoléu...

 

- paredes frias

- móveis sonolentos

- tapetes entediados...

 

no canto do aparador,

o sorriso

azul de

um menininho...


Rosa

 

 

 

 

... a rosa

que sangra

toda sua beleza

em  gotas de 

vermelho...

 

... fere os olhos

puros,

delicados

e azuis

da manhã

que nasce...

 

 


sexta-feira, 16 de maio de 2014

Conto poético

 

 

 

Certo dia, um beija-flor sobrevoava as flores perfumadas de um jardim. Sentia-se feliz porque cumpria o seu trabalho e, com isso, engrandecia a obra do Mestre Criador. Ia de flor em flor, vagarosamente e, com delicadeza, sugava o néctar de cada uma delas. Era meigo e delicado na tarefa à qual se destinava. Porém, ao se aproximar de uma delas, encontra a bonita flor com as pétalas fechadas, impedindo-o de tocá-la. Espantado com a atitude da florzinha, indaga:

- Por que fecha as pétalas, ó linda flor? Estou aqui para cumprir o meu trabalho.

A garbosa flor, envaidecida,  limitou-se a dizer:

- Não sou como as outras flores deste imenso jardim!

- Não entendo no que você se diferencia, bela florzinha. Por acaso não está aí, grudada no solo como todas as demais?

- Sim, estou.

- Não necessita de água, ar e do calor luminoso dos raios do Sol?

- Preciso!

- Então no que você é diferente das outras flores aqui presentes? Não a entendo!

A graciosa flor, meio encabulada, sorriu desajeitada e apenas murmurou:

- Porque... se não tivesse fechado as minhas pétalas hoje para você, jamais o garboso beija-flor teria prestado atenção nesta florzinha humilda que lhe fala...

Amanhã

 

 

 

 

... amanhã,

meu amado,

o dia espera

por você...

 

o sol será sua

acolhida

em braços

azuis...

 

as flores serão seu

remanso

em perfumes

azuis...


Crime

 

 

 

 

Agonia

Torturante realidade

Inconcebível!

O massacre de nossos peixes,

A morte de nosso rio!

Desumano

Incoerente

Imagem fria e cruel

Águas tingidas

de espanto... e luto...

Um eco de dor

repercutindo

no infinito

- quase um grito!

Um rio que agoniza,

sol que escurece,

brisa que chora,

pedras que gemem...

- um lamento!

Peixes que sucumbem

no adeus do momento...


Azul




... azul-cobalto

azul-fraco

azul

azulindo

azul-esperança

azul-aliança

azul-turquesa

azul

azulando

azul-fortuna

azul-alegria

azul-fantasia

azul-medo

azul-tristeza

azul-felicidade

... azul-flor...



Rosas em sangue


 

 

 

... tormentos de águas

acalentadas

no âmago da alma...

 

- o poeta sofre!

 

... empoeiradas estradas,

teias tênues de outrora...

e o vazio existencial

das palavras...

 

- o poeta chora!

 

Mas... ah, poeta!

Chora também

a aurora...

em lágrimas cor-de-rosa...

 

- rosas em sangue!


terça-feira, 13 de maio de 2014

Clemência

 

 

 

Rasga o véu da

minha solidão...

e afaga minha cabeça

ou, então, 

embala-me

no teu regaço

para  saciar a sede

de ternura...

que sinto por ti

- só por ti!


domingo, 11 de maio de 2014

Primavera



 

 

 

 

As flores se abrem em reverência

ao Mestre Criador,

cantando em uníssono,

 o cântico de louvor:

- Deus! Deus! Nosso Senhor!

Pássaros cantam,

bandos alegres revoando

pelo céu azul da minha terra...

lançam sons trinados

ao longe, ouvimos a melodia:

- Deus! Deus! A Natureza Te reverencia!

Plantas brotam,

novas vidas surgem!

Tudo cresce, desenvolve-se,

seguindo o ritmo do mundo...

 

A esperança surge aos nossos olhos,

tendo a certeza do encontro

inesperado com  outro ser...

indicando que a estrada que cruzamos

ainda  mantém o orvalho perfumado

de uma manhã vindoura.

 

Até as pedras parecem meditar,

silenciosas, no  caminho...

a aguardar ...

e parecem dizer:

- Deus! Deus! Esperamos os passos Teus!

 

 

 

 

Poemas: linguagem do coração: Mário Quintana: flor de poeta

Poemas: linguagem do coração: Mário Quintana: flor de poeta

Poemas: linguagem do coração: Acorda, Brasil!

Poemas: linguagem do coração: Acorda, Brasil!

sábado, 10 de maio de 2014

Acorda, Brasil!

 

 

 

 

 

País das praias douradas

das noites enluaradas

onde o céu é tão azul

e brilha, lá no firmamento,

o esplendor do Cruzeiro do Sul! 

 

 

 

Acorda, das noites mal dormidas,

insones,

desperta para o alvorecer

que as profecias ditam ao longo dos anos:

"Brasil, coração do mundo" 

e nada, nem mesmo o egoísmo,

cego de poucos,

pode deter!

 

 

Acorda, massa humana

Sufocada pelas lágrimas

derramadas ao longo das caminhadas 

de  vários séculos...

O Ser que governa a vida

espera que a alma deste grande país

desperte e vibre,

cobrindo de amarelo, azul e verde

as maravilhas que poderá vir a ser

a geração do século XXI!

 

 

Acorda, país amado,

Idolatrado,

Berço de esperanças!

 

 

BRASIL: nós  contamos com teu povo

BRASIL: nós acreditamos na tua raça

BRASIL: nós esperamos pela tua graça

BRASIL: nós rezamos por todas as tuas desgraças...

 

 

BRASIL! BRASIL!

 

 

Acorda, urgentemente, pois:

- crianças gemem

- gritos sufocam a dor

- mãos emagrecidas pedem pão

- rostos pálidos deixam a impressão

do abandono, da solidão...

 

 

BRASIL! BRASIL!

 

 

 

Chora meu povo:

- pelas fortunas que enriquecem a poucos

- pelo dólar que rola solto no bolso dos larápios

- pela comida derramada e esbanjada nas mesas das

"pujanças" e "comilanças"

- pelo "monstro" que abafa o grito dos meninos

de rua, dizendo que eles são apenas  mais "um"

entre tantos... de um país falido e desesperançado...

mas o lar dos filhos nossos! 

 

 

 

Acorda, meu povo

e sonha de novo

tudo podemos vencer

o futuro de uma geração engrandecer

basta acreditarmos

que somos apenas um coração,

batendo em união 

por uma Pátria melhor!


Mário Quintana: flor de poeta

  

Por aquela calçada, ele andou

Muitas pessoas encontrou e com seus passos solitários

 e doçura no olhar 

a todos conquistou:

- pessoas tristes

- sofredoras

- sonhadoras

- sorridentes

- intrigantes

- incoerentes

- envolventes

- solitárias

e até imaginárias!

Em cada rua de Porto Alegre,

sua imaginação o levou,

em cada porta de casa,

sua mensagem lá deixou...

discreta, nem sempre perceptível

a não ser àquele que já amou!

Nas manhãs frias do Sul,

sua alma já vagou...

buscando o quê?

Ideias para compor seus versos e poemas:

- na geada fria cobrindo os telhados das moradias

 distantes  do Rio Guaíba,

-   no rebuliço e encanto dos passos apressados

dos transeuntes pela Rua da Praia,


Em cada movimento, som, nostalgia

ele se inspirou...

levado por impulsos incompreensíveis

a não ser a um ser superior...

E nos dias tristes,

quando a solidão chegou,

quantas vezes não chorou?

As lágrimas cristalizaram-se

em palavras  sábias e harmoniosas

que nas páginas de um livro

ele lançou!

"Flor" de poeta,

mil vidas terá...

cai pétala por pétala... 

mas a sua essência e perfume

eternamente nos acompanhará!

(minha homenagem ao poeta Mário Quintana)


Cores

 

 

 

 

violências,

tragédias

sem fim...

 

morte:

- ao cinza da insensatez

- ao marrom da estupidez

 

vida:

- ao branco da caridade

- ao rosa da igualdade

- ao amarelo da solidariedade

- ao azul do amor igualitário!


Um dia

 

 

 

 

Um dia,

colhi flores

de beleza

para enfeitar

teu sorriso...

aspirei

o aroma

de dores

que rasgaram

em pedaços

minha alma...

 

- rosas com espinhos!

Um dia...

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Apogeu

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

Desabrocham as flores

de ipê,

tingindo de amarelo-ouro

as tarde quentes

do inverno.

Pintam um universo

de cores

as pétalas delicadas

das azaleias

em flor...

Na pujança dos dias

multicores,

nem mesmo 

as lágrimas frias

da chuva

conseguem lavar

o apogeu primaveril

da Mãe Natureza!




Jardim

 

 

Reguei com 

gotas de orvalho

meu jardim...

 

Refiz canteiros

nas trilhas rotineiras...

 

Plantei sementes de 

girassol

nas veredas do tempo...

 

Floresceram

lírios dourados,

renovados,

transformados

na aragem dos dias!


segunda-feira, 5 de maio de 2014

Brilho

 

 

 

Na luminosidade

do dia,

os raios de sol

- cálida luz!

brincam de esconde - esconde

no vestido sujo da menininha...

que percorre a rua

à procura de 

um abraço amigo...


Liberdade



  Palavras...

rumo ao vento

parecem deslizar...

São sintonia,

simetria,

sentimento,

encantamento...


Tremulam, estremecem(!)

junto ao infinito

que as faz viajar...

Palavras difusas, confusas

trânsfugas...

não se deixam nunca

aprisionar!


sábado, 3 de maio de 2014

Tributo ao poeta

 

 

 

Tributo ao poeta

 

 

Um anjo partiu

e ficamos aqui,

desamparados, sós,

sem a luz que o anjo emanava...

Ficamos órfãos!

No coração, sangrando,

a dor da saudade...

Vá poeta!

Vá tecer fantasias,

sonhar poesias,

encantar com maestria

o outro lado...

- o lado de lá!

Ah, poeta!

Um anjo não pode morrer...

Morrem   na  vida

aqueles que   nunca amaram...

morrem na vida

aqueles que nunca choraram...

morrem na vida 

aqueles que nunca sonharam...

Poeta!

Ficaremos aqui,

esperando que um novo pôr do sol

possa trazer até nós

a lembrança de seus versos

ou, então, 

que cada folha carregada pelo vento

possa transcender o tempo

e nos trazer a recordação

de seus passos...

(2006)


Perene paz

 

 

 

 

Perene paz

 

Tudo dorme...

No canto da sala,

escondido,

trêmulo,

o gato cinza...

Sonolenta,

a tarde gélida

cai sobre o tapete

tantas vezes lavado

do último verão...

Almofadas

que não mais respiram

o frescor dos dias ensolarados...

E o fru-fru do tecido

torna-se lamento d' alma...

Flores desbotadas decoram

paredes   ressequidas de tinta

e de amores...

A aragem do  inverno pincela

a casa já quase  morta...

Apenas a quietude

respinga seus míseros

tentáculos

em uma paz eterna

e profunda...

(2013)


quinta-feira, 1 de maio de 2014

Poemas: linguagem do coração: Voa, anjo

Poemas: linguagem do coração: Voa, anjo

Palavras ao vento

 

 

 

 

As palavras

                         voam,

                              fugazes,

         sagazes,

                                             mensageiras...

Fogem

                                   sorrateiras....

 

Em cada esquina,

parecem esconder-se...

- Olhe!

Um bêbado cruzando a rua,

assusta-se ao vê-las

                                     passar!


Meu poema em destaque

Poema selecionado "Brumas"

  Poema selecionado Revista Bsrbante abril 2024