Perene paz

 

 

 

 

Perene paz

 

Tudo dorme...

No canto da sala,

escondido,

trêmulo,

o gato cinza...

Sonolenta,

a tarde gélida

cai sobre o tapete

tantas vezes lavado

do último verão...

Almofadas

que não mais respiram

o frescor dos dias ensolarados...

E o fru-fru do tecido

torna-se lamento d' alma...

Flores desbotadas decoram

paredes   ressequidas de tinta

e de amores...

A aragem do  inverno pincela

a casa já quase  morta...

Apenas a quietude

respinga seus míseros

tentáculos

em uma paz eterna

e profunda...

(2013)


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