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terça-feira, 22 de novembro de 2016

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Despertar - poema premiado de Letícia






Despertar

Letícia de Menezes Mariano


O anjo sacudiu

o corpo,

estremecendo

as penas

de suas asas

negras...



Na sala em trevas,

escuridão,

ele se ergueu...



... e foi

se

reconstruindo...



·         Poesia premiada no 15º Concurso Nacional de Poesias CNEC – Unidade de Capivari SP/ 2015

Passagem


terça-feira, 1 de novembro de 2016

Poesias






Clemência




             Rasga o véu da

            minha solidão...

            e afaga minha cabeça

            ou, então,

            embala-me

            no teu regaço

            para saciar a sede

            de ternura...

            que sinto

            por ti,

             - só por ti!









Paz





Tudo dorme...

No canto

da sala,

escondido,

trêmulo,

o gato cinza...

Sonolenta,

a tarde gélida

cai sobre o tapete

tantas vezes lavado

e batido

do último verão...

Almofadas

que não mais respiram

o frescor

dos dias

ensolarados...

e o  fru-fru do tecido

torna-se lamento

d’alma...

Flores

desbotadas

decoram

paredes

ressequidas de tinta...

e de amores...

A aragem

do inverno

pincela

a casa já

quase morta...

Apenas a quietude

respinga seus

míseros tentáculos

em uma paz eterna

e profunda...









Canção outonal





A tarde

se alonga

em tons dourados...



Os ossos

gemem

a canção outonal...









Voa, anjo





Apagaram

teu sorriso

doce e angelical,

criança que eras...

Escureceram

o brilho

dos teus

olhos,

frágil botão

ainda molhado

pelo suave orvalho...

Macularam

teu corpo

e deixaram

sangrar

tua alma...

Porém,

neste lamaçal

fétido de  horrores,

anjo, deram-te,

 - sem nem mesmo adivinhar!!

sim, deram-te asas,

brancas, macias, eternas...

para que tu, anjo,

pudesses, enfim, voar...



- Voa, anjo!






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