Por meio das palavras, o
poeta encontra uma maneira de compreender melhor o seu semelhante e a si
próprio. Através dos versos, ele procura uma forma de entender o seu mundo e,
utilizando-se dessa lente de compreensão, consegue não só assimilar o que vê,
mas, com as palavras, propiciar mudanças no cenário que o rodeia.
Ao modificar esse mundo, o
poeta embarca em águas ora nebulosas, agitadas, rebeldes; ora em águas suaves,
ondulantes, acariciantes... O poeta age e modifica sua realidade, para
adaptá-la aos seus anseios, expectativas, frustrações e sonhos... Ele sonha e,
sonhando, molda uma existência centrada no poder da palavra. A palavra é a representante que ele
elege para adoçar o mundo real; a palavra é o instrumento, o elo de que se vale
para compreender, sentir, agir sobre o mundo exterior, mas o faz de forma
poética e bordada com fios coloridos.
Assim, ao captar do mundo
exterior as situações diárias, ele consegue muito mais do que compreender e até
fluir com doçura esses momentos: o poeta consegue imprimir uma dose de mistério
na própria existência. Com isso, o escritor faz Literatura, isto é, dá sentido
e prisma às palavras de cada verso; cada palavra recebe um sopro de lirismo e o
poeta abre as asas que lhe permitem voar em uma liberdade embriagadora...
O mundo que rodeia o poeta
contribui de forma marcante para que as imagens se sobressaiam das estrofes,
alcem voo e abarquem por completo o espírito dos leitores. Com isso, passa-se a
fazer parte do mundo real transmutado para a folha de papel com requintes de
poesia. Essa relação profunda do mundo exterior com a alma do poeta resulta em
palavras repletas de subjetivismo comovente. O poeta escreve com o linguajar
que aquece e ilumina o coração e utiliza-se de metáforas, de sons insuspeitos,
de comparações aromáticas, de vocábulos sensíveis e versos líricos nos quais
enquadra com primor as cenas e experiências de sua vida exterior. A linguagem
subjetiva adoça até mesmo as tristezas; a linguagem poética sublima e aromatiza
a solidão, os conflitos e as angústias vividas.
Crônica premiada com o 2º lugar no 1º Concurso de Poesias da ARLACS ( Academia da Responsabilidade Literária, Artística, Cultural e Social) - Taubaté SP
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