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sábado, 3 de maio de 2014
Perene paz
Perene paz
Tudo dorme...
No canto da sala,
escondido,
trêmulo,
o gato cinza...
Sonolenta,
a tarde gélida
cai sobre o tapete
tantas vezes lavado
do último verão...
Almofadas
que não mais respiram
o frescor dos dias ensolarados...
E o fru-fru do tecido
torna-se lamento d' alma...
Flores desbotadas decoram
paredes ressequidas de tinta
e de amores...
A aragem do inverno pincela
a casa já quase morta...
Apenas a quietude
respinga seus míseros
tentáculos
em uma paz eterna
e profunda...
(2013)
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