De repente




 

  De repente

senti saudade

da minha infância

das brincadeiras singelas,

dos docinhos da vovó...


De repente

bateu a nostalgia,

queria ser novamente criança

para sonhar acordada...

ser "tudo" e "nada"...

De repente

me vejo transportada

ao aconchego de um colo acolhedor

mil vezes mimada

- ah, essa menina danada!

De repente

me fiz criancinha,

a brincar de cirandinha,

as doçuras que não voltam jamais!

De repente

sou a sapeca garota,

escondida entre as árvores,

qual borboleta de flor em flor...

De repente

não ser mais gente adulta

expressão "carrancuda"...

De repente

passo a acreditar

em fadas, sacis,

coisinhas talvez tão pueris...

Mas... de repente

algo se quebra,

um instante mágico e noto...

que apenas estou em sala de aula,

numa noite qualquer

e a saudade, a caneta, o papel

é apenas uma forma de relembrar...

Só relembrar!


 



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     * Revista LiteraLivre Dezembro/2024