Dias de silêncio - poema selecionado

 

                                   






 


Os dias são contados,

em números miseráveis,

de um a um...

entre quatro paredes

e um quadro asmático

de girassóis desbotados.

 

As horas, cruas e piedosas,

derramam

dores e clemências

no ladrilho laranja da sala de estar.

 

As folhas, outrora risonhas e verdes,

do calendário anual,

dormem tranquilas...

... no marasmo líquido

do imorredouro tempo.

 

 

Lá fora, só o silêncio

e os beija-flores a bailar...

 

Não há mais folguedos!

A pipa colorida

não rasgou o céu da meia-tarde...

 

Agora,

 apenas o silêncio...

e a fragrância da esperança

no ar....

 

 

 * Poema selecionado para a Revista online LiteraLivre em janeiro de 2021.

* Imagem da Internet.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 


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